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Como se caracteriza o futuro da fotografia analógica? – Portugal


Há cerca de cinco meses atrás a equipa da Cameraventures lançou o projecto #saveanalogcameras, com o objectivo de perceber se a fotografia analógica ainda se encontra viva entre os fotógrafos e consequentemente entender o seu futuro.

Durante o processo de recolha de dados foram entrevistados cerca de 170 fotógrafos portugueses que ainda hoje fotografam com película fotográfica.

O movimento analógico em Portugal tem vindo a crescer nos últimos anos, pode-se dizer que “sobreviveu” até aqui através de coleccionadores de gerações anteriores, que utilizaram na sua infância câmeras analógicas e assistiram à transição da fotografia para o digital.

Nos dias que correm, quer seja por uma questão de moda ou não, o movimento analógico em Portugal está bem vivo, e tendencialmente a crescer, através dos resultados recolhidos nos questionários percebeu-se que mais de 70% dos utilizadores de película conhecem entre 1 a 12 pessoas que recentemente se juntaram ao movimento da fotografia analógica, o que pode ser ainda mais optimista é que o resto da percentagem das pessoas que participaram neste estudo afirmam que conhecem entre 12 a 50 pessoas que ainda se encontram na posição de recém-chegados relativamente ao movimento.

Juntamente com o crescimento dos utilizadores nota-se também um crescimento de prestadores de serviços, que ainda assim por vezes não conseguem lidar com o volume de clientes que atendem ao seu serviço, o que leva a crer que ainda há espaço para novos negócios de qualidade em torno deste movimento.

Recentemente em conversa com o gerente de uma loja de revelação, digitalização, impressão e venda de filmes o próprio confessou que o volume de clientela que têm hoje em dia ultrapassa largamente o esperado e que consequentemente tiveram inclusive de alargar os prazos de entregas dos serviços de revelação e digitalização, uma vez que as máquinas que possuem não conseguem dar vazão à quantidade de serviço.

O aumento de volume de clientela tem aumentado exponencialmente neste tipo de loja local, isto deve-se a 2 factores principais, são eles: o afastamento dos clientes das lojas típicas de “franchising”, grandes lojas em que o contacto com o cliente não é tão pessoal e que na grande maioria dos casos não possuem maquinaria própria o que significa o envio para outra empresa a fim de realizarem a revelação dos filmes, o que resulta em prazos mais longos e preços maiores; e ainda; o serviço de qualidade prestado por estas lojas locais, muitas das vezes geridas por antigos fotógrafos, coleccionadores natos com vasto conhecimento de câmaras e filmes, o que transmite uma maior confiança na altura da escolha.

Ao recolher estes dados consegue-se então perceber o futuro panorama deste movimento no território português, movimento este que apesar da quebra que parece ter sofrido há alguns anos atrás está hoje em dia a crescer cada vez mais, não só em termos de utilizadores mas também em termos de mercado, que se está a aperceber da importância da existência de serviços de qualidade, e da possibilidade que os serviços têm de crescer.

By: Sam Sanchez

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